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Equipe de Comunicação Solo Network
| Oct 21, 2025
O Microsoft Fabric é uma plataforma completa de análise de dados que integra, em um só ambiente software como serviço (SaaS), as principais ferramentas de dados da Microsoft – incluindo Power BI, Azure Synapse Analytics, Azure Data Factory e Data Lake (OneLake). Essa unificação revoluciona a forma como empresas gerenciam e analisam dados, eliminando silos e sistemas desconexos.
Ao fornecer uma experiência única e integrada, o Fabric permite que engenheiros de dados, cientistas de dados, analistas e usuários de negócio colaborem no mesmo ecossistema, acelerando insights e fundamentando a tomada de decisão com base em dados. Lançada em 2023 com foco na era da Inteligência Artificial (IA), a plataforma foi projetada para unificar equipes e dados e oferecer valor comercial em minutos, graças ao modelo SaaS otimizado e pronto para uso.
Visão geral e integração unificada de dados
Tradicionalmente, as empresas enfrentam um ambiente de dados fragmentado, composto por múltiplos serviços especializados e desconectados que dificultam a extração de valor dos dados. O Microsoft Fabric é uma solução que vem com o objetivo de simplificar esse cenário, consolidando todos os subsistemas de analytics em um único produto unificado. Power BI, Synapse, Data Factory e Data Lake agora operam como partes de uma mesma plataforma, eliminando integrações manuais complexas e redundância de dados.
O Fabric reúne todas as funcionalidades necessárias – integração de dados (ETL), engenharia e ciência de dados, data warehousing, análise em tempo real e business intelligence – em uma só arquitetura unificada. Cada equipe encontra no Fabric as ferramentas específicas de que precisa, porém trabalhando sobre os mesmos dados centralizados e com experiência de uso consistente. Isso fomenta uma cultura de dados integrada em toda a organização.
No coração do Fabric está o OneLake, um data lake SaaS multinuvem que já vem integrado nativamente para todos os usuários. Assim como o OneDrive unifica arquivos, o OneLake unifica os dados da empresa: todas as cargas de trabalho do Fabric conectam-se automaticamente ao OneLake.
Os dados ficam organizados em um hub central, indexados automaticamente para descoberta, compartilhamento, governança e conformidade. Isso elimina silos de dados antes espalhados em diversos storage accounts isolados – em vez disso, há um repositório único com políticas e segurança centralizadas para todo o dado corporativo.
Uma única cópia dos dados no OneLake pode alimentar simultaneamente pipelines, lakehouses, warehouses, relatórios de BI e análises em tempo real, reduzindo drasticamente duplicações. Além disso, recursos como Shortcuts do OneLake permitem virtualizar fontes externas, sem precisar mover ou duplicar dados, viabilizando uma análise verdadeiramente multicloud.
Por ser SaaS, o Fabric já vem pré-integrado e otimizado na nuvem, dispensando configurações complexas. As empresas podem se inscrever rapidamente e começar a obter insights em questão de minutos. A plataforma oferece desempenho escalável sob demanda – por exemplo, capacidades como autoscaling de Power BI Premium são integradas para suportar picos de uso sem interrupções.
Toda a infraestrutura de computação é unificada em um único pool de recursos para todas as workloads, o que simplifica a administração e evita capacidade ociosa. Quando uma parte do sistema está menos utilizada, os recursos podem ser realocados para outra, garantindo uso mais eficiente do hardware e redução de desperdícios.
Copilot integrado e análises orientadas por IA
Uma característica de destaque do Fabric é a incorporação de IA generativa em todas as etapas da análise de dados, por meio do Copilot integrado. O Copilot no Microsoft Fabric atua como um assistente inteligente que potencializa a criatividade e produtividade dos usuários, permitindo interagir com os dados e construir soluções usando linguagem natural.
Essa capacidade orientada por IA traz uma nova forma de obter insights e criar artefatos de dados de forma mais intuitiva e rápida, tais como a criação de consultas e relatórios em linguagem natural – isso vai possibilitar muito mais agilidade no processo. No Power BI, por exemplo, o Copilot permite que usuários simplesmente descrevam em texto o que desejam ou façam uma pergunta sobre os dados, e a IA gera automaticamente relatórios e visualizações relevantes.
Basta um comando em linguagem coloquial para que o Copilot analise os dados e construa um relatório visual interativo, transformando instantaneamente dados brutos em insights acionáveis. Além disso, o Copilot pode resumir páginas de relatórios e sugerir insights narrativos, ou mesmo gerar perguntas de Q&A para aprimorar a experiência de análise em linguagem natural.
A solução também vai fazer a geração de pipelines e código automatizado o que, para engenheiros de dados e desenvolvedores, o Copilot agiliza a criação de pipelines de integração e rotinas de transformação. Usuários podem especificar em língua natural um fluxo de dados desejado – por exemplo, "ingira os dados de vendas do ERP, transforme agregando por região e carregue no data warehouse" – e o Copilot gera o pipeline de dados correspondente (Dataflow/Pipeline) no Data Factory.
Nas áreas de engenharia e ciência de dados, o Copilot fornece autocompletar inteligente de código, templates padrão e até geração de funções completas dentro de notebooks Spark/Python. Isso auxilia na codificação de transformações complexas e na automação de tarefas repetitivas, acelerando o desenvolvimento de soluções de dados.
Profissionais de data warehousing podem aproveitar o Copilot para escrever consultas SQL de forma mais rápida e inteligente. A ferramenta oferece sugestões contextuais de código SQL, completa automaticamente trechos de consulta e até gera SQL a partir de perguntas em linguagem comum, graças a modelos de linguagem treinados.
De forma semelhante, na análise de dados em tempo real (Real-Time Analytics, baseada em Kusto), o Copilot aceita perguntas sobre dados de streaming e converte automaticamente em consultas KQL eficientes, ajudando analistas a explorarem dados de sensores, logs e eventos sem precisar conhecer sintaxe complexa.
O Fabric também incorpora a carga de trabalho de Data Science unificada, onde cientistas de dados podem construir, treinar e implantar modelos de machine learning. O Copilot auxilia nessa jornada fornecendo código de exemplo, explicando etapas de notebooks e até criando modelos básicos sob demanda. Por exemplo, é possível pedir ao Copilot para criar um modelo preditivo de churn de clientes e ele ajudará a preparar dados, escolher algoritmos e apresentar um pipeline de ML inicial.
Tudo isso se apoia na integração nativa do Azure OpenAI Service no Fabric, que permite trazer o poder de modelos de linguagem avançados (como GPT) para trabalhar diretamente sobre os dados corporativos.
Isso significa que a empresa pode construir experiências de IA personalizadas (como chatbots internos ou análises conversacionais específicas) combinando seus dados privados com as capacidades de linguagem do Azure OpenAI, de forma segura e sem expor os dados externos.
Melhores práticas de implementação
Adotar uma plataforma como o Microsoft Fabric requer não apenas visão estratégica, mas também um plano tático bem definido. A seguir, destacamos melhores práticas para uma implementação bem-sucedida, focadas em governança, capacitação e valor de negócio, conforme orientações da Microsoft e lições aprendidas em casos reais:
Alinhe o Fabric à estratégia de dados da organização: Antes de tudo, enquadre a adoção do Fabric dentro dos objetivos de negócios e da cultura de dados da empresa. Defina quais problemas serão resolvidos ou quais capacidades serão expandidas com a plataforma unificada (por exemplo, self-service BI mais amplo, analytics em tempo real, redução de custos de TI). Esse alinhamento estratégico guiará decisões de arquitetura e governança, garantindo que o Fabric seja conduzido para gerar valor tangível (seja acelerar decisões, melhorar a satisfação do cliente via insights, ou habilitar novos serviços de IA).
Identifique casos de uso prioritários onde o Fabric trará quick wins – por exemplo, um pipeline crítico de dados que pode ser simplificado ou um conjunto de relatórios que ganharia performance em um data warehouse unificado. Começar com um projeto piloto de alto impacto ajuda a demonstrar rapidamente os benefícios e obter adesão das partes interessadas.
Estabeleça governança e segurança desde o início: Nomeie claramente os administradores do Fabric na organização – idealmente um pequeno grupo (2 a 4 pessoas) com conhecimento profundo nas ferramentas de dados Microsoft. Esses administradores serão responsáveis por configurar e monitorar o tenant do Fabric, gerir capacitações e aplicar políticas de governança de dados.
Defina diretrizes de governança que equilibrem autonomia e controle: por exemplo, quais dados podem ser disponibilizados para self-service, critérios de certificação de datasets, políticas de ciclo de vida de conteúdo e retenção de dados. O Fabric oferece um portal unificado de administração, onde se controla configurações que afetam toda a organização, como habilitar ou não o Copilot para certos usuários, limites de capacidade, conexões externas etc.
Aplique as políticas de segurança de forma uniforme aproveitando o modelo central do OneLake – privilégios de acesso, encriptação e máscaras de dados podem ser definidos uma vez e replicados por todas as workloads. Além disso, considere compliance local: por exemplo, empresas no Brasil devem avaliar questões de residência de dados.
O Copilot atualmente processa consultas via Azure OpenAI hospedado em datacenters nos EUA/Europa, portanto, se a política da empresa exigir que determinados dados não saiam do país, deve-se ajustar configurações de tenant (há opção para permitir ou bloquear processamento de prompts de IA fora da região do Fabric).
Empodere e capacite os usuários (Center of Excellence): O verdadeiro valor do Fabric aparece quando todas as equipes de dados e negócio usam a plataforma de forma efetiva. Para isso, invista em treinamento e capacitação.
Dê autonomia para analistas e desenvolvedores explorarem dados e construírem soluções no Fabric, mas assegure que eles conheçam as diretrizes. Revisões regulares de melhores práticas também são aconselháveis – por exemplo, antes de promover um grande modelo ou dashboard para o workspace de produção, fazer uma avaliação arquitetural para evitar ineficiências ou problemas de desempenho. Essa mentoria contínua eleva a qualidade das soluções criadas e previne maus usos da plataforma.
Planeje a integração com sistemas legados e dados externos: Em termos de arquitetura, avalie como o Fabric se encaixará no seu ecossistema atual de dados. Mapeie as fontes de dados existentes (ERP, CRM, bancos de dados locais, data warehouses antigos, lakes em nuvem etc.) e utilize os conectores do Data Factory para integrá-los progressivamente ao Fabric. Uma boa prática é usar o OneLake Shortcuts para apontar o Fabric para os data lakes atuais (como Azure Data Lake ou S3) evitando migrações massivas iniciais.
Assim, é possível virtualizar e acessar os dados onde eles já estão, enquanto se valida os casos de uso no Fabric. Aos poucos, conforme fizer sentido, unifique os dados no OneLake para aproveitar totalmente a camada de governança central. Para sistemas em tempo real, use os conectores de Event Streams ou configure pipelines de CDC (captura de dados alterados) para alimentar o Fabric continuamente.
Monitore o uso, desempenho e custos continuamente: Após a implementação inicial, é fundamental estabelecer práticas de monitoramento e otimização. O Fabric fornece métricas de capacidade e uso – use-as regularmente para identificar gargalos ou ociosidades.
Por exemplo, acompanhe o consumo de recursos por workspace, detecte relatórios ou consultas muito pesadas e otimize-os (ou aumente a capacidade se necessário). Otimize os custos ajustando as capacidades F SKU contratadas de acordo com a demanda real e explorando o autoscaling. A Microsoft recomenda o uso do app de métricas de capacidade do Fabric para obter visibilidade granular do desempenho dos workloads.
Considere também implementar limites e quotas para evitar abusos – por exemplo, limitar quem pode criar workspaces Premium ou usar o Copilot extensivamente, para gerenciar os custos de GPU/IA. Outra melhor prática é definir SLAs internos para tempos de resposta de dashboards ou pipelines, e então utilizar as ferramentas de monitoramento para garantir que o Fabric esteja atendendo a esses níveis de serviço.
Em caso de necessidade, lembre-se de que o Fabric é modular: você pode escalar seletivamente a parte de data warehouse ou de Spark independente do resto, otimizando investimento onde mais precisa de performance.
O Microsoft Fabric representa um salto tecnológico estratégico para empresas brasileiras que desejam se tornar verdadeiramente data-driven. Ao unificar dados, analytics e IA em uma plataforma única, o Fabric remove barreiras tradicionais entre equipes e ferramentas, permitindo que insights fluam com mais rapidez e governança.
A integração do Copilot e recursos de IA generativa ainda potencializa a criatividade e a proatividade na análise de dados, tornando capacidades avançadas acessíveis a um público maior dentro da organização. Os casos do mercado local já demonstram que, com planejamento e visão, o Fabric pode elevar a inteligência analítica organizacional a outro patamar, suportando desde operações de grande porte.
Para líderes de TI e transformação digital, investir no Microsoft Fabric significa preparar a empresa para competir na era da inteligência artificial com uma base de dados sólida, flexível e orientada a valor. Em um contexto em que dados se tornam o principal ativo corporativo, plataformas como o Fabric despontam não apenas como ferramentas tecnológicas, mas como habilitadores de estratégia e inovação contínua nas empresas.