Sempre que penso no que está acontecendo com a inteligência artificial neste momento, procuro paralelos na história humana. Descoberta do fogo? Renascimento? Revolução Industrial? Uso da Internet?

Posso estar enganado, mas nada disto será comparável ao que estamos por ver (para o bem e para o mal). Afinal o que supera a inteligência (de qualquer tipo) no seu impacto na vida humana, social e do planeta?

Apenas uma coisa: inteligência aliada a poder.

É o que estamos a ver: a inteligência artificial, que já nos assusta enquanto engatinha, aliada ao poder.  Poder tecnológico, poder econômico, poder político.

Divagar sobre os impactos em nossas vidas é um exercício interessante e exaustivo. Então, neste momento prefiro falar sobre os prováveis impactos na vida das empresas, algo que tem um âmbito bem mais modesto e exige muito menos de uma inteligência meramente “humana”.

Pensar nos benefícios da IA para as empresas passa obrigatoriamente por algumas áreas: empregos, inovação, qualidade e produtividade.

Falando em empregos, em março de 2023 a Goldman Sachs Global Investment Research divulgou um estudo falando sobre o potencial nível de automação por IA que diversas áreas ocupacionais sofrerão nos próximos anos:

 

Indo além, no cenário mais agressivo, a Goldman Sachs acredita que IA irá impactar 300 milhões de empregos em pouco tempo.

Que muitos empregos estão em risco não há dúvidas, mas sobreviveremos, até hoje foi assim com cada invenção ou descoberta disruptiva. Profissões morrem, profissões nascem, a vida continua.

Já nas questões de inovação, qualidade e produtividade é onde o exercício preditivo se torna mais desafiador. Como as empresas ser transformarão e a que velocidade?

O mesmo estudo da Goldman Sachs prevê que o impacto no PIB mundial será de cerca de 7% positivos (cerca de 7 trilhões de dólares) já nos próximos anos.

As empresas que quiserem sobreviver terão que adotar IA em um ritmo acelerado. Esta tarefa não é fácil em um cenário ainda em formação, com poucas certezas e muito medo.

Este medo foi medido pelo instituto Boston Consulting. Foram consultados 13.000 profissionais nos EUA. Os resultados mostram uma diferença relevante de sentimento entre gestores e trabalhadores:

 

Indo além dos receios é preciso entender como a IA pode impactar o seu negócio. As possibilidades são muitas, mas eu destacaria:

• Automação de processos operacionais repetitivos
• Otimização rotinas pessoais (e-mails, relatórios, apresentações, estudos, sumarizações)
• Desenvolvimento de novos produtos de melhor qualidade e em ciclos infinitamente mais curtos
• Uso eficiente da informação
• Melhora do processo e poder de decisão
• Identificação de tendências e oportunidades de negócios
• Identificação e correção de ineficiências operacionais
• Personalização do atendimento ao cliente
• Controle e prevenção de fraudes
• Assertividade jurídica
• Melhora da segurança Digital (com aumento também da sofisticação dos crimes)

A lista se estenderia por centenas de linhas e você mesmo já deve ter neste momento uma dúzia de outras oportunidades a explorar sem nem ter se esforçado à procura delas.

Diante de tantas oportunidades, gigantes da tecnologia estão lançando produtos às pressas, tentando conquistar um mercado que ainda não tem senso crítico ou capacidade de comparação entre soluções.

Destaque para a Microsoft, que parece ter saído a frente com produtos com o novo Bing e o Copilot.

O novo Bing é algo semelhante ao Chat GPT, ferramenta muito interessante, mas é o Copilot que promete revolucionar a vida no escritório.

A ideia é disponibilizar um assistente virtual a cada colaborador. Ele é capaz de automatizar as mais variadas tarefas, com resultados tão bons ou superiores aos humanos, em uma fração do tempo.

Vale a pena ver o vídeo da solução e pensar em como você vai usá-la: https://youtu.be/S7xTBa93TX8

Além destas primeiras soluções, veremos uma enxurrada de novas aplicações, genéricas e especializadas, sendo lançadas em um período muito curto. Conhecer, entender, planejar e usar tudo isto é fundamental à sobrevivência e ao sucesso das empresas. Ignorar esta transformação é como insistir em usar uma máquina de escrever em pleno século 21.

A pressão está sobre os executivos e gestores: como tirar proveito rapidamente da IA agora e planejar o futuro com este novo elemento?

E você: como vai tirar proveito de IA em sua empresa? Melhor correr ou você será substituído (não pela IA, mas por seu chefe).