Sem dúvida nenhuma, a sustentabilidade emocional no trabalho deve ser o grande foco dos profissionais de gestão de pessoas nos próximos anos
Por Audreyn Justus, Diretor de RH da Solo Network
De acordo com um estudo que li recentemente e foi realizado pela ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), 30% dos profissionais brasileiros sofrem de burnout. Além disso, as doenças causadas pelo excesso de estresse custam cerca de 300 bilhões de dólares por ano ao sistema de saúde, segundo pesquisas americanas.
Trago mais alguns dados que revelam a importância do tema: de acordo com o levantamento “Monitor Global dos Serviços de Saúde”, de 2022, realizado pela empresa de pesquisa Ipsos, a quantidade de brasileiros que consideram a saúde mental como um dos maiores problemas de saúde mais que dobrou nos últimos quatro anos, chegando a quase metade da população, e ultrapassou a preocupação com o câncer, por exemplo.
O aumento dessa preocupação, que sempre foi pertinente, foi estimulado também pelo cenário pandêmico que vivemos a partir de 2020. Além das perdas de amigos e familiares, ocasionadas pelo vírus, a sociedade teve de se adaptar a um contexto de isolamento social, necessário para conter o avanço da COVID-19.
Com isso, as relações interpessoais também foram completamente alteradas — em pouco tempo, deixamos de ter contato com as pessoas que sempre fizeram parte de nosso âmbito social, incluindo o ambiente de trabalho. Apesar de estarmos cada vez mais acostumados ao modelo de atuação remota (home office), isso também exigiu uma adaptação repentina.
A soma destes fatores contribuiu para que o número de pessoas com Síndrome de Burnout, e outros transtornos gerados a partir do “novo ambiente de trabalho”, despontasse ao redor do planeta, tornando a situação ainda mais alarmante para gestores e lideranças corporativas.
Cuidado com os colaboradores
Diante deste cenário, tenho visto uma maior preocupação por parte das empresas de zelar pelo bem-estar físico e mental de seus colaboradores. Na Solo Network, por exemplo, oferecemos em conjunto com uma organização parceira, um programa dedicado à saúde psicológica de nossos times, os quais incentivamos a ingressar nesta jornada que dá acesso a acompanhamento clínico personalizado, feito por uma equipe multidisciplinar.
Além disso, passamos a contar com a figura do Business Partner, que atua como uma ponte entre as unidades de negócios e a área de Recursos Humanos, como forma de mapear, entender e direcionar as principais queixas dos times, com objetivo de priorizar a saúde mental dos colaboradores e, consequentemente, buscar caminhos para reduzir fatores que podem impactar nesta questão.
Contar com essas e outras iniciativas, alinhadas à estratégia de cuidado e bem-estar de nossos colaboradores, fez com que a nossa empresa conquistasse o prêmio “Destaque em Saúde Emocional”, concedido durante a cerimônia do Great Place to Work Paraná. A premiação que reconhece as melhores práticas e certifica empresas de diversos segmentos pelas iniciativas que promovem o bem-estar, reflete o trabalho que temos realizado ao longo dos últimos anos, com foco na expansão e aprimoramento de lideranças e da área de Gestão de Pessoas.
E o que esperar para 2023?
Sem dúvida nenhuma, a sustentabilidade emocional no trabalho deve ser o grande foco dos profissionais de gestão de pessoas nos próximos anos. Entendo que as empresas que continuarem a fortalecer o trabalho para promoção de saúde e bem-estar, contarão com aumento em engajamento dos colaboradores, transparência nas relações e, consequentemente, desfrutarão de maior produtividade.
É importante termos em mente que nossa área tem se tornado cada vez mais estratégica nas organizações, portanto, é fundamental desenvolver formas de consolidar a cultura de Gestão de Pessoas, considerando a saúde como algo crucial. As companhias que investem nisso, saem à frente, inclusive na captação e retenção de talentos e engajamento entre os profissionais.
Neste momento, contar com colaboradores saudáveis e felizes é primordial para o “bem-estar dos negócios”. O investimento em pessoas tem feito a diferença, e assim acredito que será daqui para frente.
Fonte: contabilidade sistema