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Equipe comunicação Solo Network
| Oct 17, 2022
Nos últimos anos, foi possível observar uma grande expansão do mercado de tecnologia em nosso País – em apenas 10 anos, o setor de TI cresceu cerca de 118%, segundo dados do Empresômetro. Nestes mais de 25 anos atuando no setor, pude contemplar a evolução que impactou nossa área e, consequentemente, contribuiu para o desenvolvimento digital no Brasil.
Considero que, junto ao crescimento exponencial que a área de TI já apresentava, outros dois fatores impactaram efetivamente para a ascensão do setor. O primeiro foi a Transformação Digital – que se tornou extremamente desejada, ou melhor, fundamental em companhias de diferentes mercados.
Atualmente, cerca de 45,7% das empresas brasileiras já estão implementando uma estratégia de Transformação Digital, enquanto 30,5% estão desenvolvendo uma estratégia, segundo levantamento da Samba Digital. O segundo fator foi o desencadear da pandemia de COVID-19, que acelerou o desenvolvimento de alternativas digitais, em meio a necessidade de distanciamento social, e fez com que muitas tendências direcionadas ao setor fossem implementadas. Em 2021, a indústria de tecnologia cresceu mais de 60%, o que permitiu ao Brasil ocupar a 9ª posição no ranking mundial de TI. Diante de uma curva de crescimento tão acentuada, alinhada à evolução tecnológica ao redor do globo, os profissionais da área de TI são “a bola da vez”.
Cada vez mais, vagas são destinadas para estes profissionais, o que torna o mercado de trabalho para este público intenso e aquecido. Li recentemente que, até 2025, a procura por profissionais de TI será de 797 mil pessoas, segundo a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Entretanto, atualmente, o Brasil forma apenas 53 mil profissionais por ano nas áreas de tecnologia. Com o número de formandos aquém da demanda, a projeção é de um déficit anual de 106 mil talentos, ou seja, 503 mil em cinco anos. Diante da escassez de mão de obra, as empresas que buscam alternativas para estimular a entrada de novas pessoas na área se colocam à frente no mercado e se tornam referência no momento das escolhas destes profissionais.
Nosso programa de Trainee, por exemplo, possui uma etapa específica dedicada aos estudos e capacitação destes profissionais, que contam, ainda, com a remuneração mensal. Entendo que este estímulo se faz ainda mais necessário, em meio a ramificações específicas no setor de tecnologia, como por exemplo, o trabalho realizado por profissionais Microsoft Azure, que demandam conhecimentos e certificação própria para atuação. A capacitação em soft skills também é chave.
Além do apoio à aprendizagem, outra maneira de atrair estes profissionais diz respeito à reputação da empresa, ou seja, a forma a qual a companhia é apresentada em listas e rankings dedicados à avaliação do trabalho de RH. O Great Place to Work (GPTW), por exemplo, testifica o bom trabalho realizado pelo time de Recursos Humanos, contribuindo efetivamente para a estabilização da marca empregadora perante o mercado.
Contar com esta certificação ajuda a atrair profissionais mais qualificados e talentosos, além de indicar para clientes e parceiros que a organização se preocupa com os colaboradores que fazem parte da empresa, melhorando também a sua reputação perante os concorrentes. Destaco ainda o mindset de Business Partner, que traz a proposta de conectar a área de negócio de uma empresa com as práticas de gestão de pessoas.
O objetivo deste modelo é contribuir para uma atuação estratégica e bem aproveitada dos profissionais de RH, além de potencializar os resultados da organização. Esta soma pode culminar em maior engajamento entre os colaboradores - o que é muito importante. O clima organizacional deve ser acompanhado de perto.
Um ambiente saudável, com líderes próximos ao time, uma forte cultura colaborativa e de feedback, plano de carreira, atrai talentos, já que os profissionais que já fazem parte do time divulgam as vantagens de trabalhar na empresa entre seus pares, sendo esta, ao menos na nossa empresa, uma das boas fontes de recursos humanos.
Um programa de benefícios amplo, que vá além do básico VR e VT, traz resultados rapidamente, diferenciando a empresa da concorrência. Em tempos pós-pandemia a questão do trabalho híbrido ou remoto não pode deixar de ser tratada. Não está ainda claro para que lado o mercado vai, mas oferecer o regime híbrido ou remoto pode atrair talentos além de expandir em muito a área geográfica onde buscar profissionais.
Concluo reafirmando que, mais do que oferecer uma vaga de emprego, entendo que o objetivo principal deve ser trazer visibilidade a empresa, tornando-a mais atrativa para o mercado de trabalho, especialmente para jovens e estudantes. Com a persistência nesta estratégia, poderemos diminuir a carência que já estamos enfrentando e se agravará nos próximos anos.
Fonte: Gazeta de Alagoas