O melhor da tecnologia é, claro, o acionamento por linguagem natural. Isso poupa esforço do usuário, e leva ao aprendizado de máquina.
*por Audreyn Justus
A Inteligência Artificial generativa não é exatamente nenhuma novidade a esta altura de 2023, mas ainda seu uso nas rotinas de trabalho de escritório fica a cargo da iniciativa do usuário – e de forma individualizada. Isso, aliás, já levantou inúmeros debates ligados à segurança da informação – já que muita gente passou a usar o ChatGPT – uma das ferramentas baseadas em IA generativa mais bem conhecidas – copiando e colando informações na ferramenta – compartilhando informações e dados confidenciais das empresas. Isso fez com que muitas organizações proibissem o uso do aplicativo.
O que provavelmente ninguém esperava era o lançamento do Microsoft Copilot. Anunciado pela primeira vez em março desse ano, que basicamente injeta o motor de inteligência artificial generativa nos aplicativos do Office. A Microsoft não confirma, porém, o mercado acredita que a gigante esteja usando a tecnologia GPT-4 da OpenAI – a mesma do ChatGPT.
Parece simples, mas isso pode mudar completamente o trabalho administrativo. Imagine, por exemplo, que você precisa fazer um determinado gráfico em Excel – e, para isso, pede ao seu colega do lado uma ajuda sobre como fazê-lo. Com o Copilot, você não vai só perguntar como se faz: a ferramenta vai fazer por você.
O melhor da tecnologia é, claro, o acionamento por linguagem natural. Isso poupa esforço do usuário, e leva ao aprendizado de máquina – e mais: permite ao usuário acessar os milhares de comandos e funcionalidades dentro das ferramentas – que muitas vezes são subutilizadas no dia a dia.
Copilot X ChatGPT: quais são as diferenças
Uma das principais diferenças entre o Microsoft 365 Copilot e o ChatGPT é o escopo de funcionalidade. O Copilot foi projetado especificamente para aumentar a produtividade no ecossistema do Microsoft 365, enquanto o ChatGPT é uma ferramenta de uso mais geral que pode ser integrada a uma ampla variedade de aplicativos e plataformas.
Outra diferença fundamental é o nível de personalização oferecido por cada ferramenta. O Copilot usa algoritmos de aprendizado de máquina para aprender os padrões de trabalho e as preferências de um usuário ao longo do tempo, permitindo fornecer recomendações e insights altamente personalizados. O ChatGPT, por outro lado, depende de modelos pré-treinados e pode não oferecer o mesmo nível de personalização.
Basicamente, o Copilot aproveita o poder do aprendizado de máquina para oferecer recomendações e insights inteligentes com base nos padrões e preferências de trabalho do usuário. Por outro lado, o ChatGPT é um chatbot com inteligência artificial que pode entender a linguagem natural e fornecer respostas relevantes e recomendações às perguntas dos usuários.
A chave para o Copilot é a personalização e o poder de aprendizado de máquina – dois elementos que podem fazer toda a diferença na incorporação de uma IA na rotina de trabalho.
Mas e os empregos?
É claro que quando falamos de IA e trabalho a questão do impacto nos empregos é a primeira que surge – e com razão. Um relatório publicado recentemente pelo Goldman Sachs estima que ao menos 300 milhões de empregos serão impactados pela tecnologia nos próximos anos. A área administrativa é que vai sofrer mais, com uma diminuição de 46% das vagas de trabalho. Em segundo lugar, vem a área Jurídica, com 44% e, em terceiro, as áreas de Arquitetura e Engenharia, com 37% de impacto. O mesmo estudo mostrou, entretanto, que o impacto sobre o PIB mundial será de 7% positivo – em torno de US$ 7 trilhões.
As empresas que quiserem sobreviver terão que adotar AI em um ritmo acelerado. Esta tarefa não é fácil em um cenário ainda em formação, com poucas certezas e muito medo. E, além dessas primeiras soluções, já existe e ainda chegarão ao mercado uma enxurrada de novas aplicações – tanto mais genéricas, quanto mais especializadas em determinados serviços.
Conhecer, entender, planejar e usar tudo isto é fundamental à sobrevivência e ao sucesso das empresas. Ignorar esta transformação é como insistir em usar uma máquina de escrever em pleno século 21. *Audreyn Justus é diretor de Marketing, Recursos Humanos e Compliance da Solo Network.
Fonte:
IP News.