Em entrevista ao jornal O Globo, o Diretor de Vendas da Solo Network, Max Camargo, fala sobre o crescimento da migração para a nuvem com a adoção do trabalho remoto. Leia a reportagem completa:
Além de romper resistências contra o trabalho remoto, a busca de alternativas para manter os negócios ativos quebrou barreiras em relação a uma tecnologia que se tornou vital para muitas empresas: a computação em nuvem. Realidade recente no mercado global e pouco utilizada no Brasil antes da pandemia, essa inovação via internet vem entrando em ritmo acelerado nas rotinas do mundo corporativo, já que sem ela o trabalho em casa torna-se impossível quando o serviço exige acesso a sistemas compartilhados e tarefas complexas. A
Cloud Computing, nome com que o serviço ganhou escala comercial no planeta, possibilita à empresa hospedar seus programas e dados nos servidores do provedor da nuvem, para que sejam acessados com rapidez e segurança de qualquer computador ou dispositivo móvel.
A tecnologia dispensa investimentos elevados na instalação própria de centros de dados (data centers), servidores e outros recursos computacionais. A nuvem paga de acordo com o "espaço" que for utilizado, com custo mais compensador do que os aportes em recursos de informática. A passagem da era dos data centers para a da computação em nuvem é uma
tendência mundial observada entre as empresas e tema de várias projeções no mercado corporativo. Uma delas é da consultoria norte-americana Gartner, que prevê a migração de 80% das empresas para a
cloud computing até 2025, por conta dos ganhos em relação a instalações físicas. Baseada em estudo sobre a influência da tecnologia na tomada de decisões nas corporações, a consultoria estima que, no mundo todo, o provisionamento de serviços em nuvem movimentará US$ 162 bilhões (
cerca de R$ 810 bilhões), em 2020.
A adoção do sistema de home office, imposta pela pandemia de coronavírus, provocou uma corrida das empresas brasileiras para a computação na nuvem, gerando um movimento sem precedentes nesse mercado.
– Nossa demanda cresceu 80% de janeiro a junho - diz Max Camargo, Sócio e Diretor Comercial da Solo Network, com matriz em Curitiba.
A empresa, uma das muitas provedoras de nuvem no país, prevê fechar o ano com o atendimento de cinco mil clientes, incluídos os de pequeno porte – jogando por terra a falsa ideia de que a nuvem é acessível apenas aos grandes negócios. Segundo Camargo, há clientes que gastam R$5 por mês pelo serviço ou até
R$ 700 mil, como é o caso de uma rede varejista com atuação em todo o território nacional.
Um dos atrativos para as empresas, destaca ele, é pagar pelo que consumir, como acontece com o fornecimento de energia elétrica, por exemplo, com a possibilidade de aumentar ou reduzir o uso de modo imediato, sem alteração dos recursos físicos.
– A grande vantagem da nuvem é que o cliente pode começar pequeno e ir evoluindo para operações mais parrudas. O espaço para crescer é gigantesco no Brasil, onde mercado vai dobrar de tamanho anualmente, nos próximos cinco anos - antevê o Diretor Max Camargo.
OPÇÕES REMOTAS
Do correio eletrônico ao banco de dados, das cópias de segurança aos sistemas de gestão de faturamento, recursos humanos, suprimento e vendas, tudo pode ser hospedado na nuvem. Mas o Diretor-Presidente da
Online Data Cloud, Adriano Filadoro, ressalta que, para evitar frustrações e despesas imprevistas, a contratação dessa infraestrutura remota requer que a empresa tenha compreensão prévia do funcionamento das aplicações,
da melhor solução entre as opções remotas oferecidas e da forma de cobrança.
A empresa localizada na capital paulista, que é provedora de nuvem e consultoria de tecnologia da informação, tem
150 contratos de atendimento, quase metade deles firmada durante a pandemia. Estar na nuvem, para o pequeno, médio e grande negócio, é uma
necessidade no mundo digital, enfatiza Filadoro, observando ainda que a incorporação dessa tecnologia aos negócios pode ser feita aos poucos.
– Entre nossos clientes, há empresas usando aplicações do dia a dia em nuvem e gastando a partir de
R$ 1,5 mil ou R$ 2 mil por mês. O valor é mais compensador do que o custo de uma infraestrutura própria de informática - informa.
A
Online Data Cloud, assim como a
Solo Network e outros provedores de nuvem, aposta na expansão continuada do mercado brasileiro, estimulada pela "descoberta" dessa tecnologia em 2020. Os planos da empresa, segundo o Diretor-Presidente, refletem esse otimismo.
– Estamos a todo o vapor e preparamos nossa infraestrutura para ter o dobro de clientes até o fim deste ano.
GARANTINDO RESILIÊNCIA
A opção por hospedar dados e
informações na nuvem vem atraindo empresas de diversos portes e garantindo resiliência aos negócios em meia à pandemia. O crescimento do serviço no Brasil deve ser de
24% neste ano, semelhante ao observado na América Latina (24,5%), segundo a Internacional Data Corporation (IDC). A consultoria prevê também que
70% das empresas vão integrar gerenciadores de cloud.
Fonte:
O Globo