Dados da Kaspersky Lab revelaram que os usuários da América Latina receberam um total de 677.216.773 ataques de malware nos primeiros oito meses do ano (1º de janeiro a 31 de agosto). Esse valor é muito superior aos 398 milhões registrados no mesmo período em 2016, representando aumento de 59%. Para colocá-lo em contexto: a cada hora, os usuários na América Latina estão sujeitos a 117.572 ataques de malware -33 por segundo.
De acordo com o estudo, os usuários no Brasil, no México e na Colômbia registraram o maior número de ataques de malware até o momento em 2017. Em termos per capita, o Brasil é o mais perigoso da América Latina –os ataques na rede afetaram 30% dos usuários. A seguir, Honduras (23,5%), Panamá (22,6%), Guatemala (21,6%) e Chile (20,6%). O Brasil também lidera os países latino-americanos em termos de hospedagem de sites mal-intencionados – 84% dos hosts localizados na América Latina utilizados em ataques a usuários em todo o mundo estão no país.
Os dados foram divulgados durante a 7ª Cúpula Latino Americana de Analistas de Segurança da Kaspersky Lab, que está sendo realizada em Buenos Aires, Argentina, onde a empresa apresentou sua pesquisa sobre as últimas ameaças na região. Usando o serviço baseado em nuvem Kaspersky Security Network como a principal fonte de informações, analistas de segurança estudaram detecções de malware e spam de 1º de janeiro a 31 de agosto de 2017. Os resultados mostram que a região teve uma quantidade considerável de ameaças cibernéticas, muitas das quais foram direcionadas ao roubo de dinheiro.
Segundo o estudo, a grande maioria desses ataques foi offline – detectada e bloqueada no disco rígido dos usuários. A infecção pode ter ocorrido através de unidades flash USB, redes ou outros meios. No entanto, se falamos de ataques via Internet, a maioria foi pela Web (85%), enquanto 15% por e-mail. O e-mail é um importante vetor no cibercrime para disseminar trojans bancários. Além disso, entre os Top 20, destaque para a família Trojan.PDF.Phish, difundida por documentos PDF criados para assemelhar-se aos originais e nos quais a vítima é notificada de supostas multas ou benefícios.
Em relação aos ataques registrados em computadores, 40% correspondem ao uso de software pirateado. De acordo com o último relatório da Software Business Alliance, mais de metade (55%) dos programas e licenças usados na América Latina hoje são ilegais. Além disso, se considerarmos que muitos gerentes de TI desconhecem o alcance do software implementado em seus sistemas ou não sabem se é legítimo, revelou o mesmo relatório, o problema é ainda mais grave.
Mobile malware
Um dos maiores riscos de segurança para a região são as ameaças móveis. Durante os primeiros oito meses do ano, a Kaspersky Lab relatou 931.945 ataques de diferentes tipos de ameaças, como Adware, malware ou tentativas de inserir links da Web maliciosos para usuários Android ou iOS. É importante notar que a grande maioria das ameaças detectadas foi projetada para infectar dispositivos que funcionam na plataforma Android.
Na América Latina, as ameaças móveis mais difundidas são os Adware, que exibem propaganda invasiva no dispositivo infectado. Trojans como o Backdoor.AndroidOS.Fobus.pac também foram detectados. Esse vírus usa acesso remoto e permite ao invasor se conectar ao dispositivo da vítima e explorar seus conteúdos, extraindo informações valiosas.
Fonte: IP News